sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Infância.

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. 
Minha mãe ficava sentada cosendo. 
Meu irmão pequeno dormia. 
Eu sozinho menino entre mangueiras 
Lia a história de Robinson Crusoé. 
Comprida história que não acabava mais. 

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu 
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu 
chamava para o café 
Café preto que nem a preta velha café gostoso 
café bom. 

Minha mãe ficava sentada cosendo 
olhando para mim: 
- Psiu... Não acorde o menino. 
Para o berço onde pousou um mosquito. 
E dava um suspiro... que fundo! 

Lá longe meu pai campeava 
no mato sem fim da fazenda. 

E eu não sabia que minha história 
era mais bonita que a de Robson Crusoé. 
Postada por mim mas editado por Drummond andrade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário